Por Ulysses Francisco Buono
A febre amarela é uma doença viral, prevenível por vacina e transmitida ao homem e a primatas não humanos (macacos), por meio da picada de mosquitos infectados.
Possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. Não há transmissão direta de pessoa a pessoa.
A maior frequência da febre amarela ocorre entre os meses de dezembro e maio, período com maior índice de chuvas, quando aumenta a proliferação do vetor.
A febre amarela é uma doença transmitida por mosquitos, com sintomas semelhantes aos da dengue.
A forma grave da doença pode levar a complicações severas, como sintomas hemorrágicos e icterícia.
O Ministério da Saúde emitiu um alerta sobre a importância da vacinação, especialmente para viajantes. A vacina contra a febre amarela é oferecida pelo SUS e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes de viajar para áreas com risco de transmissão.
A cobertura vacinal em crianças menores de um ano foi de 72,5% em 2024, enquanto para a população de 5 a 59 anos, superou 95%.
A vacinação é segura e eficaz, sendo que crianças pequenas precisam de duas doses, enquanto pessoas a partir dos cinco anos recebem uma dose única para a vida.
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela, segura e eficaz para evitar casos graves e mortes pela doença. Depois de imunizado, você está protegido por toda vida.
Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, sendo que para a pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar 5 anos, está indicada a dose de reforço, independentemente da idade que tiver atualmente.
Essa medida está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A vacina é indicada conforme recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para:
- Crianças, ao completarem 9 meses de vida, devem receber uma dose;
- Crianças, ao completarem 4 anos de idade, devem receber uma dose de reforço;
- Pessoas de 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação, devem receber uma dose;
- Pessoas que receberam apenas uma dose da vacina antes de completarem 5 anos de idade devem receber uma dose de reforço;
- Pessoas com 60 anos ou mais. Neste caso, o serviço de saúde deverá avaliar a pertinência da vacinação;
- Viajantes internacionais e viajantes não vacinados que se deslocarão para áreas com evidência de circulação do vírus febre amarela (em humanos ou epizootias). A recomendação é que seja administrada uma dose da vacina com pelo menos com 15 dias de antecedência da viagem.
Quem não deve se vacinar:
- Crianças menores de 6 (seis) meses de idade;
- Pacientes em tratamento com imunobiológicos (Infliximabe, Etarnecepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Rituximabe, inibidores de CCR5 como Maraviroc etc). Em pacientes que interromperam o uso dessa medicação é necessária avaliação médica para se definir o intervalo para vacinação, conforme manual dos CRIE;
- Pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos;
- Pacientes com imunodeficiências primárias graves;
- Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica);
- Pacientes portadores de doença falciforme em uso de hidroxiuréia e contagem de neutrófilos menor de 1500 células/mm³;
- Pacientes recebendo corticosteroides em doses imunossupressoras (prednisona 2 mg/kg por dia nas crianças com até 10 kg por mais de 14 dias ou 20 mg por dia por mais de 14 dias em adultos);
- Pessoas com alergia grave ao ovo.
Pessoas que tomaram duas doses antes dos 5 anos de idade ou uma dose depois dos 5 anos de idade não precisam se vacinar novamente, pois a imunização dura por toda a vida.
Lembrem-se, o melhor é sempre prevenir, principalmente quando os meios para tanto estão à disposição de toda a população e de forma gratuita.
Por fim, recomendo que em caso de qualquer tipo de dúvida, o seu médico seja consultado acerca da viabilidade da vacina para seu caso.
Até a próxima!
Ulysses Francisco Buono é coordenador de Assistência à Sáude. Atuou como médico gerente geral da Interclínicas durante duas décadas e como consultor do diretor de saúde da Porto Seguro por 11 anos. Graduou-se pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 1971 e concluiu residência médica pediátrica em 1973.