Material, elaborado em parceria com a Unesp, foi entregue a profissionais e alunos de mais de 400 instituições de ensino superior de São Paulo
Por Redação
Com o intuito de promover inclusão para pessoas autistas no ambiente acadêmico, o Governo do Estado de São Paulo, por meio Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPCD), iniciou, no dia 20 de julho, a distribuição de 4 mil cópias do "Guia de Orientações sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)" para cerca de 400 instituições de ensino superior públicas e privadas do estado.
O material, elaborado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), conta com mais de 40 capítulos que abordam diversos aspectos relacionados às pessoas com TEA. Entre os tópicos abordados estão: definição do TEA; desafios e preocupações cotidianas no contexto acadêmico; potencialidades dos estudantes autistas; orientações para professores, gestores educacionais e colegas de classe; além de informações sobre legislação, entre outros assuntos.
"Esse guia estimula adoção de atitudes e práticas anticapacitistas no cotidiano das instituições educacionais e foi elaborado como uma ferramenta para a promoção do acesso e da permanência de pessoas com TEA à educação formal", ressaltou Leonardo Lemos de Souza, coordenador de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da Unesp.
Além de ter sido entregue impresso, o manual também foi disponibilizado em formato digital (acesse aqui).
"Nós valorizamos e entendemos a importância das universidades na construção de ambientes respeitosos para pessoas com deficiência. Nosso papel é fomentar parcerias como essa, com a Unesp, que reforçam a nossa missão de inclusão, acesso e permanência dessas pessoas no ensino superior", afirmou Ignacio Poveda, assessor especial da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Dados sobre pessoas com deficiência intelectual no ambiente acadêmico
Atualmente, de acordo com a SEDPCD, o estado de São Paulo abriga mais de 3,4 milhões de habitantes com algum tipo de deficiência, sendo cerca de 460 mil pessoas diagnosticadas com TEA.
Segundo informações da Base de Dados dos Direitos da Pessoa com Deficiência — criadas a partir do Censo da Educação Superior — no ano de 2019, cerca de 15,6 mil alunos matriculados no ensino superior paulista possuíam alguma deficiência, com 4,41% desse grupo representando pessoas com deficiência intelectual (como o TEA, por exemplo).
No Brasil, conforme o Censo da Educação Superior de 2021, mais de 63 mil estudantes de universidades têm deficiência, o que significa um aumento de quase 14% no número de alunos matriculados em relação ao censo do ano anterior (55.829). Do montante total, 7.141 pessoas possuem deficiência intelectual.