Imunizante foi anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologias e Inovações; testes clínicos já foram solicitados à Anvisa
Por Redação
Mais uma vacina contra o novo coronavírus está em processo de desenvolvimento nacional, segundo anúncio na sexta-feira (26) do Ministério da Ciência, Tecnologias e Inovações (MCTI). Batizado de Versamune, o possível imunizante é coordenado pelo pesquisador Célio Lopes Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP). A novidade reforça a importância de mais uma instituição pública paulista, além da atuação de servidores públicos no combate à pandemia.
O fármaco usa proteína do próprio Sars-Cov-2, que causa a Covid-19, com nanotecnologia. O pedido de autorização para testes clínicos em humanos, nas fases 1 e 2, foi protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A produção nacional de uma vacina elimina a dependência de insumos internacionais. Além disso, tende a ampliar a capacidade de imunização da população, algo que especialistas apontam como fundamental neste período mais crítico da pandemia.
O pesquisador da USP argumenta que a Versamune tem demonstrado capacidade ainda de se modificar para combater as novas variantes do novo coronavírus, a exemplo da P.1, provavelmente originada em Manaus (AM), que tem maior pode de contágio e gravidade superior ao vírus original. "Se a nossa vacina eventualmente não tiver 100% de eficiência, a gente pode mudar o antígeno e adaptar essa tecnologia", disse Silva ao Portal G1.
De acordo com o ministro Marcos Pontes, o financiamento da vacina será feito pelo MCTI, com foco na aprovação do imunizante. Segundo ele, inicialmente, os testes serão feitos com 360 pessoas, para avaliar a segurança do medicamento. Os documentos com o pedido de autorização começaram a ser enviados à Anvisa em 13 de fevereiro.
Todo o processo de produção é realizado em parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechology Corporation.
TECNOLOGIA
A Versamune combina uma proteína recombinante do próprio Sars-Cov-2, causador da Covid-19, com a nanotecnologia da vacina, uma tecnologia patenteada para a ativação de células T do sistema imunológico e produção de anticorpos. Os dois componentes estimulam a neutralização do vírus quando ele entra no corpo.
Fontes: MCTI e Portal G1