Grandes propriedades rurais respondem por 54% da perda de áreas de reserva natural
Dos mais de 340 mil imóveis rurais cadastrados em São Paulo, as grandes propriedades agrícolas representam 3,5% desse número e respondem por 54% do déficit ambiental do Estado. Essa estimativa foi feita por pesquisadores do projeto apoiado pela FAPESP com o intuito de fornecer subsídios científicos para a implementação do Programa de Regularização Ambiental no Estado de São Paulo nos próximos 20 anos, seguindo as regras do novo Código Florestal.
Outro número apontado pelo estudo mostra que as grandes propriedades também respondem pela maior parte do déficit de reserva legal (área que deve ser mantida com vegetação nativa). São 1,2 mil propriedades – o equivalente a 0,4% dos imóveis rurais cadastrados em São Paulo – responsáveis por 50% dos maiores déficits de reserva legal no Estado, sendo 98% desses imóveis cadastrados com mais de 15 módulos fiscais (unidade de medida, em hectares, da área de uma propriedade fiscal com condições para exploração econômica).
No oeste paulista é onde se concentra as propriedades rurais com os maiores déficits de áreas de preservação permanente e de reserva legal, sendo 39% desses imóveis são voltados para a produção de cana-de-açúcar, 36% para pastagem, 17% para cultivo de outras culturas, 7% de silvicultura e 2% de lavouras de soja.
Os dados de cada município coletados no projeto podem ser consultados na plataforma desenvolvida pelos pesquisadores com o intuito de auxiliar as cidades paulistas na implementação do novo Código Florestal.
O estudo foi desenvolvido dentro do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP) e teve parte dos resultados apresentados em um encontro on-line realizado em novembro.
Para mais informações sobre os resultados do projeto, acesse: https://agencia.fapesp.br/grandes-propriedades-rurais-respondem-por-54-do-deficit-ambiental-em-sao-paulo/34733/