Maioria dos diagnósticos foi notificada na capital paulista; entenda mais sobre a doença, sintomas e formas de prevenção
Por Redação
Nesta segunda-feira (25), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou 590 casos totais de varíola dos macacos em território paulista. A divulgação foi realizada após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar estado de emergência de saúde pública de caráter global por conta da doença.
Segundo a pasta, o primeiro caso notificado no estado foi em 9 de junho. De lá para cá, já foram confirmadas 486 contaminações pelo vírus monkeypox na capital, e 104 em outros 34 municípios. Conforme o Ministério da Saúde, 813 pessoas já foram diagnosticadas com a varíola dos macacos no Brasil.
Em nota, a SES-SP afirmou que todos os pacientes estão “com boa evolução do quadro”, acompanhados por institutos municipais de vigilância epidemiológicas. Além disso, a pasta ressaltou que o governo do estado busca desenvolver e comprar vacinas para conter o avanço dos contágios.
Já a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo se pronunciou e afirmou que instituiu protocolos aos hospitais (públicos e privados) sobre atendimento de suspeitas da varíola dos macacos. Também ressaltou que toda a rede municipal de saúde está disponível para receber pacientes infectados.
No mundo, mais de 18 mil casos da doença foram diagnosticados, em pessoas espalhadas por 75 países. Esses dados foram levantados, e estão sendo atualizados, pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês — Centers for Disease Control and Prevention).
O que é a varíola dos macacos e como ela é transmitida?
A varíola dos macacos é uma infecção causada pelo vírus monkeypox, que, mesmo com esse nome, é transmitido por diversos mamíferos — geralmente roedores — e não só os primatas. Estes animais propagam a doença por meio de mordidas, arranhões ou pelo consumo de sua carne.
Entre os humanos, a contaminação ocorre principalmente quando um indivíduo tem contato muito próximo com secreções respiratórias, lesões de pele, fluídos corporais ou objetos usados por pessoas infectadas. O vírus também pode ser transmitido da mãe ao filho durante a gestação.
Segundo a OMS, a taxa de mortalidade da doença diverge conforme a cepa da doença. Existem duas: a variante da África Ocidental, cuja letalidade é de 1%, e a cepa proveniente do Congo, mais perigosa, com taxa de mortalidade de 10%.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da varíola dos macacos costumam durar entre duas e três semanas, sendo os mais comuns: dor de cabeça intensa, febre, calafrios, inchaço nos gânglios linfáticos, dores musculares, cansaço, irritações e lesões na pele. Em alguns casos, os infectados são assintomáticos.
Quais são as medidas de prevenção e tratamentos?
A principal forma de prevenção da doença é a vacinação. Segundo a OMS, o imunizante contra a varíola tradicional se comprovou eficaz também para a monkeypox, no entanto, as pessoas com 50 anos ou menos podem estar mais suscetíveis à contaminação, já que campanhas de vacinação contra a varíola foram interrompidas na década de 80 — quando a doença foi considerada erradicada.
Além da imunização, também é importante diagnosticar e isolar pacientes infectados e evitar contato com essas pessoas. Em regiões endêmicas, deve-se impedir também a interação entre humanos e animais selvagens. Higienizar as mãos regularmente e utilizar máscaras também são medidas eficazes de prevenção.
Vale ressaltar que ainda não existe tratamento específico testado para a varíola dos macacos, e são geralmente prescritas medicações para o alívio e controle apenas dos sintomas. Os antivirais Tecovirimat e o Brincidofovir — considerados eficazes contra varíola comum — atualmente estão passando por estudos preliminares para avaliar sua efetividade diante da nova doença.