Campanha Abril Azul traz informações sobre transtorno pouco conhecido pela população
Por Catiane Santos
Atípico, de acordo com o dicionário Michaelis, é um adjetivo para algo que se afasta do que é típico, comum; alguma coisa anômala, incomum, inusitada.
Mas, em grande parte, o que consideramos atípico, na verdade faz parte do vasto universo de coisas que não conhecemos. A ignorância a respeito de um assunto pode gerar no ser humano uma série de respostas, incluindo o inaceitável preconceito.
Por isso, datas como a de hoje, 2 de abril, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, são primordiais para que as questões “atípicas” passem a ser conhecidas, respeitadas e acolhidas pela sociedade.
Abril Azul
A partir da definição, pela Organização das Nações Unidas (ONU), do dia 2 de abril como data oficial para conscientização sobre o autismo, foi adicionado ao quarto mês do ano a cor azul para a criação do Abril Azul — campanha que promove ações para informar a população sobre o distúrbio com o intuito de reduzir a discriminação e o preconceito.
Mas, o que é autismo?
Trata-se de um distúrbio neurológico crônico que faz parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA) — diagnóstico único que engloba desordens do desenvolvimento neurológico.
Pessoas dentro do espectro podem manifestar dificuldade para se comunicar, interagir com outras pessoas, ter interesses fixos, hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais e padrões repetitivos ou restritos de comportamento.
Os transtornos surgem na primeira infância e acompanham a pessoa ao longo da vida.
Sintomas
Cada pessoa apresenta características diferentes — por isso o autismo é considerado um espectro — que as levam ao diagnóstico de TEA. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 diferencia os níveis de intensidade dos distúrbios classificando-os por grau de suporte.
Grau 1 de suporte: o paciente apresenta prejuízos leves, podendo exercer atividades relacionadas ao trabalho, estudo e se relacionar socialmente com maior autonomia.
Grau 2 de suporte: o paciente tem menos independência e necessita de algum tipo de auxílio nas funções cotidianas, como preparar as refeições ou tomar banho.
Grau 3 de suporte: o autista neste grau precisará de acompanhamento especializado ao longo da vida.
Tratamento
O autismo é um transtorno crônico, mas existem tratamentos que auxiliam na melhora da qualidade de vida dos pacientes. A associação de diferentes terapias, com um acompanhamento médico multidisciplinar, traz melhora nas habilidades sociais, comunicativas, organizacionais e adaptativas.
O uso de medicamento é normalmente adotado para tratar as condições associadas ao transtorno, como hiperatividade, falta de atenção, insônia, ansiedade, depressão, agressividades e comportamentos repetitivos.
Atendimento pelo SUS
De acordo com a Lei Nº 12.764/2012, pessoas autistas têm os mesmos direitos, no sistema público de saúde, que as pessoas com deficiência.
Atualmente, as famílias têm garantido o acesso ao diagnóstico, medicamentos e à intervenção por meio de uma equipe multidisciplinar que inclui: profissionais da psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.
Dicas de fonte para mais informações
Sites como Onda – Organização Neurodiversa pelos Direitos dos Autistas e Autismo e Realidade oferecem conteúdos gratuitos sobre o TEA, incluindo dúvidas referente a diagnóstico, tratamentos, cuidados diários, além de reflexões sobre o assunto. A Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, possui uma página explicando a data. Leia também o artigo "Autismo: verdades e mitos", da psicóloga Djeane Freitas Cardoso.