Estudo do Sindifisco Nacional aponta que ausência de reajustes ou correções abaixo da inflação oficial nos últimos seis anos prejudica mais quem ganha menos
Por Redação
Atualmente, a isenção do Imposto de Renda (IR) da pessoa física é válida para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês, mas se a tabela do IR tivesse sido corrigida, ao menos pela inflação oficial, quem ganha até R$ 4.022,89 seria isento, ou seja, 10,5 milhões de brasileiros não teriam que pagar o imposto.
De acordo com estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) a ausência de reajustes ou correções abaixo da inflação oficial nos últimos seis anos fez tabela do IR acumular defasagem de 113,09% e, quem ganha menos é proporcionalmente mais afetado.
Uma simulação do Sindifisco Nacional mostrou que uma pessoa que recebe R$ 5.000 por mês sofre recolhimento mensal de IR de R$ 505,64. Se a tabela não estivesse defasada, o imposto seria de R$ 73,28. Quer dizer, hoje, o contribuinte paga R$ 432,36 (545,14%) a mais de imposto. Já uma pessoa que ganha o dobro, R$ 10 mil, paga R$ 1.880,64 por mês, mas se a tabela estivesse corrigida, deveria reter R$ 900,47. A diferença neste caso é de R$ 980,17, ou seja, 108,85% a mais de imposto.
Expectativas
Durante a campanha eleitoral de 2018, o atual presidente, Jair Bolsonaro, prometeu isentar do IR os brasileiros que ganhassem até cinco salários mínimos, o que, na época, representava pouco menos de R$ 5.000,00. No final de 2019, o valor prometido caiu para R$ 3.000,00 e, devido aos gastos do Governo Federal com a pandemia de Covid-19, a promessa da correção da tabela, dessa vez, com cobrança de imposto mais "progressivo", com taxas maiores para quem ganha mais, foi adiada para 2022.